"Se o mundo é do jeito que vejo,prefiro acreditar no mundo do meu jeito".



sábado, 2 de março de 2013

Carma

É difícil escrever sobre algo que eu nem sei bem o que é. Não sei se é amor, saudade, carência, teimosia... Deve ser um pouco disso tudo. O pior de uma história mal acabada são as perguntas que ficam pairando em nossas mentes. E os 'e se?', essa é a pior parte. Faltou maturidade, intensidade, entrega e interesse também. Mas o engraçado é que mesmo faltando isso tudo eu achava que estava ótimo, completo! Tinha como melhorar? Tinha! Só que a gente não sabia. Ou até sabíamos, mas não tinha como melhorar. Não naquela época. O tempo passou, as coisas mudaram... Não sobrou nem a amizade e essa é a parte mais triste. A gente se bastava na nossa companhia e agora, sua presença me perturbar. Não consigo te encarar, olhar no seu olho, mal responder ao seu 'oi'. Talvez, ter sua amizade me bastasse. Talvez eu queira mais que isso, mas agora, ser sua amiga me deixaria feliz. Eu queria que você visse como eu mudei, agora que não sou mais uma adolescente boba. E eu queria perceber as suas mudanças também, queria conviver com o homem que você se tornou. Eu nunca gostei de ninguém como eu gostei de você. Deve ser por isso que eu ainda goste tanto. E se realmente nossa história foi interrompida, a gente vai ter a oportunidade de dar um novo rumo à ela. E se não for assim, que eu pelo menos fique em paz!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Minha mãe é cuidadora, e à três anos Deus pôs uma jóia em nossas vidas.
O nome dela é Diana e quando ela se foi tinha 84 anos. Diana tinha Alzheimer e por mais que toda vez que eu fosse vê-la tivesse que me apresentar, eu não me importava. Eu até gostava porque assim ela poderia me conhecer todo dia e eu embora não me esquecesse dela nunca, poderia me encantar todo dia também.
Parecia uma criança. Ela era linda... Me recebia todo os dias com um 'Oi' imenso e um sorriso cheio de dentes embora postiços, rs. Sete meses atrás esse sorriso ainda me dava tudo que me faltava, ela era uma espécie de reduto de paz.
Minha avó biológica, ela mora longe, e com todo amor que eu sinta por ela, pela Diana era diferente... Mágico, sabe? Não. Não sabe.
Não há lembranças onde ela não esteja e os "bordões" que ela criou continuam presentes nas frases ditas, ouvidas, pensadas...
Morrer ela não morreu não. Ela tá aqui, agora... e agora... e agora... agora...

domingo, 31 de julho de 2011

Minha ausência se justifica por essa falta de saber oq me passa.
Hoje com tanto sol lá fora o dia amanheceu nublado pra mim. As lágrimas me descem quentes feito lavas e essa força que começa na barriga, sobe pelo peito, sai pela boca e trasborda pelos olhos está pagando o aluguel direitinho e apesar de ter motivos para despeja-la não sei como me por diante dela e nem quais palavras usar.
Volto quando encontrar a fortaleza.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Eu não sei o q pensar e penso tantas coisas
Eu não sei oq escrever, e mesmo assim escrevo
Meus dedos coçam
meus olhos coçam
meus dedos coçam meus olhos
Meus olhos vêem oq eu escrevo
e eu escrevo sem pensar

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

6205 dias.

Faz dez dias que eu completei 17 anos e eu não sinto o peso dá idade. É como se nada tivesse acontecido. Minhas responsabilidades não aumentaram, não amadureci e continuo agindo da mesma forma de antes.
São só dez dias, oq pode mudar num intervalo de tempo tão pequeno, né?
Dez dias... 240 horas...Nove noites...

Foi num belo dia de tempo nublado.As pessoas estavam naturalmente introspectivas e o celular foi o meio de comunicação para que eu ouvisse a notícia mais triste desses últimos 17 anos. Diana havia morrido.
Eu senti meu mundo desabar, naquela hora fiquei cega e surda. Foi como se estivessem retirando dolorosamente uma faca do meu peito. Depois de muito terem enfiado.
Enquanto ela estava ali, deitada numa caixa de madeira, fria e dura, eu a cutucava esperando ouvi-la dizer ''para com isso menina''. Mas ela não falou nada...
Eu abri seus olhos para poder olha-los só por mais uma vez, e tentar camuflar aquela imagem mórbida e aquele corpo frio.
Eu queria entender como as pessoas superam uma perda assim. Saber que nunca mais vão ve-la, que nunca mais vão ouvi-la, que nunca mais vão senti-la fazer aquele carinho gostoso em sua cabeça. Como, meu Deus?
Se fosse à sete dias atrás, eu andaria dez minutos e poderia ouvir, sentir e ver oq hoje, eu não posso mais.
Toda vez que a saudade aperta, eu deixo que ela escorra por meus olhos. Só tenho a guardar boas lembranças de você que me fez tão bem.
A única pessoa que fazia com que eu me sentisse à vontade com relação aos meus sentimentos. Eu não tinha o menor receio em dizer que te amava, e te amo, muito.
Se eu soubesse que aquela seria a última vez que te veria. Ah, se eu soubesse...Eu teria pedido só mais um abraço...

Eu imagino o quanto você estava feliz em seu velório. Ali estava grande parte das pessoas que você amava e que não conseguiu reunir em vida. Muitos chorando por remorço, e outros tantos, de saudades.
Como neste momento em que meus olhos enxem d'agua, por sentir sua falta.
Eu acho que terão que criar novas palavras pra descrever a falta que você me faz e o quanto eu sinto saudades.
Eu sei que você sabe que é tudo verdade e de coração oq eu tô escrevendo. Eu sei, e você sabe...
Te amo, com toda a intensidade dessa frase e sem qualquer banalidade dela.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Qual o tamanho de uma pessoa?

Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

(Martha Medeiros)

domingo, 24 de outubro de 2010

Do mesmo pai e da mesma mãe.

E eu fiquei ali, no meu estado de inércia ouvindo suas lamúrias enquanto seus olhos se transformavam em nascente de água salgada, as chamadas lágrimas.Seu rosto estava visivelmente sendo tomado por uma tensão e naturalmente avermelhado.
Eu sabia que o que você precisava era só de alguém que lhe escutasse, e eu estava ali.Enquanto você vomitava as palavras eu observava sem querer interromper.E diante disso, percebi que voce continuaria a mesma de sempre.Com um corte de cabelo mais moderno e uns quilinhos a mais, mas ainda assim, a mesma.
A ingênuidade de anos atrás ainda te caracterizava e o coração de manteiga, esse sim ainda era o mesmo sem reparos.
Foi quando eu me surpreendi com o som de sua risada causado por alguma bobagem que eu havia dito de qual eu não me lembro e pude voltar ao foco que era você.
Continuei ali sentada ouvindo até que você conseguisse finalmente respirar fundo depois de ter posto tudo, ou quase tudo pra fora.